quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ato de amor


   As campanhas que reforçam a amamentação como única e suficiente forma de alimentar um bebê saudável, suprindo todos os nutrientes que ele precisa, já se tornaram  uma  bandeira  levantada  por profissionais  que  conhecem  a  fundo  os benefícios  do  leite  materno.  Mas  o  que fazer quando não se pode amamentar?
  De acordo com as médicas Ana Daniela  Izoton  de  Sadovsky,  presidente  da Sociedade Espíritossantense de Pediatria (Soespe) e Rosa Albuquerque, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Soespe, são raros os casos em que a mãe não pode alimentar seu bebê com o leite materno. “Existem poucas as situações em que não se pode amamentar, como  o  uso  de  alguns  medicamentos  e algumas doenças como a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Fissura  mamaria  (rachadura  no  peito), ingurgitamento (peito muito cheio – “empedrado”) e mastite (infecção na mama) podem  trazer  dificuldade  para  a  mãe amamentar. São, muitas vezes, extremamente dolorosas, mas possíveis de serem solucionadas e principalmente podem ser evitadas”, diz Ana Daniela.
  Para muitas mães que, até bem pouco tempo, chegavam a pensar que não poderiam amamentar seus bebês, devido a alguma doença, ou pela realização de operações no seio e outras dificuldades, já há soluções. A doutora Rosa Albuquerque  explica  que  uma  boa  maneira  de evitar estes problemas é adquirir o maior conhecimento  possível  ainda  durante a  gestação,  por  meio  de  consultas  não só  com  o  obstetra,  mas  também  com  o pediatra,  a  participação  nos  cursos  de gestante  e  também  a  procura  por  um Banco de Leite Humano. 
  “A principal causa de fissura mamária  é  a  pega  incorreta  do  bebê  ao  seio materno. A mãe deve estar atenta, pois a amamentação não dói. Ao primeiro sinal de dor ela deve procurar ajuda para evitar que  o  mamilo  fique  traumatizado  pela boca da criança. O ideal é que toda mãe saia da maternidade sabendo ordenhar sua mama. No início, a mãe pode produzir mais  leite  do  que  a  criança  mama.  Ela deve então, após cada mamada, retirar o excesso de leite. A fissura do mamilo é uma porta de entrada para bactérias e associado ao ingurgitamento, pode provocar a mastite. Neste caso, a mãe tem febre, dor  e  vermelhidão  na  mama  e  sente-se mal. É necessário o uso de antibioticoterapia  e,  às  vezes,  drenagem  da  mama. Esta situação é evitada se prevenimos a fissura e o ingurgitamento”, explica Rosa.
  Para  aquelas  mães  que  realmente não  podem  amamentar,  a  dica  é  ter calma.  Há  como  recompensar  o  bebê. As  médicas  explicam  que  os  Bancos  de Leite Humano recebem doação de mães
que apresentam excesso de leite. E, caso seja necessário reforçar a alimentação do bebê com o leite do banco ou algum tipo de leite industrializado que complemente a alimentação da criança, é importante procurar a ajuda de um médico.
  “As  mães  que  procuram  os  bancos de  leite,  às  vezes  vieram  encaminhadas de  hospitais,  ou  por  médicos,  amigas, familiares ou vizinhos que tiveram experiência  com  atendimento  nestes  serviços. Quase  todos  os  bancos  trabalham  com pouco estoque. O leite é fornecido para os prematuros internados na UTI neonatal e muitas vezes não é suficiente para suprir toda a demanda da Unidade. Em relação ao  uso  de  leite  industrializado,  o  ideal  é que  a  mãe  faça  uma  consulta  com  o pediatra  para  que  ele  oriente  a  melhor alimentação, conforme cada situação”, ressalta a doutora Rosa Albuquerque.

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